sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Afectos

Os afectos talvez sejam o nosso suporte de vida e o nosso bombom na vida. Mas essa mesma vida leva-nos a descurar ou até a abandonar certos afectos.
Estamos no Natal, a época em que todos nos lembramos que devemos ser solidários, amigos, desejamos paz e tiramos tempo para a família. Por muito bonito que seja, não deveríamos ter uma época para. Por isso deveria ser Natal todos os dias.
Mas voltando aos afectos, nem sempre é fácil falar com alguém sobre o que sentimos. O que parece um contra senso, se amamos  porque nos custa tanto falar sobre os nossos sentimentos? Lembro-me das relações pais e filhos, por vezes passam anos afastados, não falam sobre os medos ou as alegrias ou as dificuldades, nem tão pouco mencionam: amo-te! Uns nunca o chegam a fazer, e é depois de uma partida que nos arrependemos das que ficaram por dizer, e lá vem alguém consolar: "deixa lá ele/a sabia que gostavas muito dele/a". Será que sabia? Ou gostava de o ter ouvido? Gostava que aquela boca e aqueles olhos lho tivessem dito e isso levasse a um abraço, nada é melhor que um abraço para recebermos e darmos amor!
Um bombom fora de tempo não tem o mesmo sabor, e para ser saboroso tem de ser degustado levemente. Os afectos são bombons, doces, para consumir dentro do prazo de validade, saboreá-los com os olhos e olharmos para eles docemente!

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