terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Memórias das campanhas eleitorais

Na minha memória estão sempre muito presentes as campanhas eleitorais da minha infância. Participava activamente, apesar da idade. Cedo me habituei aos cartazes e à euforia do dia da eleição. Talvez por isso, hoje    me interesse tanto pela política. E com pena, constato que não incuto suficientemente esse interesse de cidadania nos meus filhos. Se calhar porque os políticos de hoje não são os mesmos de há 20 e muitos anos, veio o descrédito e o desinteresse. Mas continuo a defender a ideia que é nosso dever enquanto cidadãos votar em consciência, porque é essa a ferramenta que temos para mudar ou para melhorar. Não temos o direito de pisar o que outras gerações fizeram pela nossa, não podemos desperdiçar esse direito.

Mas voltando ao passado, sendo os meus pais simpatizantes de determinado partido, lá ia eu por arrasto espalhar cola ( farinha com água) nos cartazes e até colá-los na parede de minha casa. Na lapela trazia sempre autocolantes. E se havia vitória no dia D, tínhamos de ir para a rua comemorar. Resta relembrar que tudo isto se passava numa pequena aldeia da Beira, nos inicio dos anos 80.

Hoje não espalho cartazes, não intervenho em nenhuma campanha e muito menos vou para a rua. Durante a campanha, vou ouvindo, vou expressando o meu desagrado. No dia D  vou votar e depois aguardo com expectativa. Em caso de vitória a expectativa mantém-se, o mundo, as pessoas, os políticos mudam depressa demais. E o poder é um forte catalisador para essa mudança.


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