Numa noite, depois de jantar, no serão em famílila com o meu pai e a minha mãe, a televisão parou a emissão. Olhámos para ver o que é teria acontecido, e o meu pai leu, Sá Carneiro tinha morrido. Não sei se foi assim, mas esta é a imagem que tenho daquele dia, que ficou marcado na minha memória, há já 30 anos.
A força daquela notícia para mim à época não era significativa, eu tinha 5 anos. Mas foi de uma força, capaz de gravar na minha cabeça aquele momento. Eu lembro-me do dia em que houve o acidente de Camarate e lembro-me de ouvir toda a gente a falar e a opiniar sobre o assunto. E de me dizerem para não falar, e de se falar a medo. Com medo, de tempos ainda recentes e que no interior rural pareciam ainda mais recentes, nunca se sabia quem estava a ouvir.
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