terça-feira, 16 de abril de 2013

palavras directas

fazem bem! Não deixar nada por dizer é muito relaxante... Depois é esperar as consequências e enfrentá-las.
Há assuntos que nunca se enterram... há fantasmas que voltam para nos assombrar...por mais que digamos o pior passou, volta sempre de uma ou outra forma... Quase um ano depois ainda há resquícios e medos que me atacam a mim ou aos meus.

Força, calma  e paciência - são as palavras de ordem.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Viver

Nunca pensei que uma pequenina onda a bater nos meus pés me dissesse que estou viva!

domingo, 14 de abril de 2013

sem palavras

Há palavras que nos beijam 
Como se tivessem boca. 
Palavras de amor, de esperança, 
De imenso amor, de esperança louca. 

Palavras nuas que beijas 
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

terça-feira, 9 de abril de 2013

...por culpa do chumbo do Tribunal Constitucional...

Esta frase tem sido repetida exaustivamente nos últimos dias. Jornalistas, comentadores, políticos e mais quem fale do assunto utiliza esta expressão para se referir ao orçamento inconstitucional em execução.

Estas frases ficam, e estamos a criar a ideia na população, de  um Tribunal Constitucional malandro, que se vingou do governo. Aqueles juízos levianos, funcionários públicos, pá! Causaram estes cortes sociais que o governo se viu obrigado a fazer!

Vamos ser íntegros ( eu sei que não rima com políticos, pelos menos estes)  e assumir que temos uma situação grave em mão por culpa do governo e particularmente do Sr Vítor Gaspar que apresentou um orçamento inconstitucional. APRESENTOU UM ORÇAMENTO QUE NÃO SE ENQUADRA NA LEI DO PAÍS! INCOMPETENTE!

O TC analisou o dito orçamento e deu o seu parecer! Apenas e só isso, e o governo tem de o acatar, a não ser que decida suspender a nossa democracia no mês de mais um aniversário. Irónico, não é?

Esta propaganda política assusta-me! Palavra que assusta. Um governo a fazer propaganda e a semear a ideia de que para nos endireitarmos e termos dinheiro para os subsídios de férias, tínhamos de suspender a democracia, deixa-me cada vez mais apreensiva. 


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Conversa de café

Hoje de manhã estava a tomar o meu café e comecei a ouvir uma certa exaltação numa mesa próxima. As vozes iam subindo de tom, para todo o café ouvir. Não se pense que era uma discussão sobre futebol, o que mais estou habituada a assistir nestes espaços e com o este tipo de intervenientes, era sobre política. Parei! Discutir política, dois homens na casa dos 40 e qualquer coisa,  às nove da manhã, num café? 
Então um discutia a competência do governo o outro a competência da oposição! Os dois homens discutiam, esbracejavam, elevavam cada vez mais o tom da conversa, argumentavam... mas se se ouvissem viam que estavam os dois de acordo! Para um, o governo tem de sair. Porque é incompetente, leva o país ao fundo, destrói emprego,etc, etc... Para o outro, quem é o Seguro? O PS vai fazer o quê para o governo?

Pois é, durante muitos anos a política deixou de ser tema de conversa, refiro-me ao português comum, o tema de eleição era o futebol Em 20004 quando o Euro acabou tínhamos um novo primeiro ministro, Santana Lopes! Mas hoje, hoje todos fomos afectados com as decisões daqueles em que nem todos votámos, por exercemos o nosso direito de votar noutros ou porque não cumprimos o nosso direito e dever de VOTAR! É claro que também tenho em conta  a crise que veio de fora.

E a discussão política está a chegar ao povo, para mim é importsnte. É um sinal de que os portugueses começaram a pensar, e a levar com mais seriedade a forma como se escolhe alguém para nos governar. Não nos podemos só lamentar, temos de ter consciência que fomos nós que escolhemos. E somos nós que temos o poder de mudar!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O dia tão esperado...foi ontem

O Sr. Relvas comunicou ontem ao país que não reunia as condições necessárias para continuar a exercer funções governamentais. No seu discurso recordou que abriu caminho para o Sr. Passos chegar a líder do PSD e que o levou a primeiro ministro, aproveitou também para esclarecer que foi atacado veemente de forma abusiva; talvez para justificar o legado que deixa.

Há muito que os portugueses aguardavam este dia. Pelo menos desde que se soube o percurso académico do senhor ex-ministro, depois casos não faltaram para pedirmos a demissão deste senhor. Mas o dia tardou a chegar, o senhor ainda teve tempo fazer mais negociatas pouco claras e de tomar medidas que prejudicarão o país de forma irreversível ou  que vão levar tempo a corrigir.

A permanência deste senhor no governo só se pode justificar por compadrio político. O primeiro ministro segurou Relvas  porque Relvas o tinha segurado e empurrado para o lugar que ocupa.

No debate quinzenal o primeiro ministro esclarece que o caso da licenciatura nada teve a ver com a demissão, se não teve devia. E devia ter sido assim que o caso foi tornado público, para bem das instituições de ensino superior e para bem da credibilidade dos alunos que lá se formam. Estas declarações revelam a incompetência e deboche que caracterizam este governo. 

O dia da demissão não foi escolhido ao acaso, provavelmente foi mais um acto de pressão sobre o tribunal constitucional. Ou a tentativa de sair sem mais desonra,depois de ser conhecido o famoso relatório que tem estado fechado nas gavetas do ME, o que nesta altura é impossível. Relvas tornou-se anedota além fronteiras!

Pelo que o dia de ontem que foi tão aguardado não me deixou descansada ou aliviada, porque tudo à volta deste senhor tem tanta lama e ainda está tão embrulhada que tenho... medo. Medo do que ainda venhamos a descobrir.

E medo.... mais medo... que este senhor regresse daqui a uns anos como PR.